CÉSAR FERRARIO LEITE NETO, MARIDO DE TITINA, ÚLTIMA NOVELA FOI O MAR DO SERTÃO, INICIADA EM 22 DE AGOSTO DE 2022 E TERMINADA EM 18 DE MARÇO DE 2023, FAZENDO O PERSONAGEM DE “ZAHYM,, UM COMERCIANTE DE TAPETES PERSAS, ELETRDOMÉSTICOS.
Na época, todos prestaram
vestibular para outros cursos, como era o planejamento inicial, mas nunca mais
deixaram o teatro. César tentou o primeiro vestibular para Direito, sem
sucesso. No ano seguinte, foi de Ciências Sociais na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN) e Publicidade e Propaganda na Universidade Potiguar
(UnP). Acabou trancando o curso na federal.
Entre as gravações da novela global
O Rebu, sucesso das 23h na Rede Globo, o ator César Ferrario se divide entre as
gravações do remake de 1974, família e parceiros do grupo de teatro Cia. Clowns
de Shakeaspeare, em Natal, pelo menos uma vez por mês. No dia desta entrevista,
ele estava concentrado em um estudo junto aos outros membros do grupo.
Tranquilo e educado, pediu alguns minutos para nos atender e, ao chegar, ficou
completamente à disposição para ouvir e responder Caras e bocas para as fotos,
enquanto pergunta “Assim fica bom para vocês? Vocês quem mandam”, e uma timidez
sutil aparece no ator quando fora dos palcos. Para a conversa, perguntas à
vontade. O encanto ao falar sobre a profissão faz das respostas de César – que
se propõem simples e sinceras – algo que beira a poesia. É esse amor que move
todos os clowns, o qual os faz alargar tantas fronteiras e encher os potiguares
de orgulho.
Caras e bocas para as fotos,
enquanto pergunta “Assim fica bom para vocês? Vocês quem mandam”, e uma timidez
sutil aparece no ator quando fora dos palcos. Para a conversa, perguntas à
vontade. O encanto ao falar sobre a profissão faz das respostas de César – que
se propõem simples e sinceras – algo que beira a poesia. É esse amor que move
todos os clowns, o qual os faz alargar tantas fronteiras e encher os potiguares
de orgulho.
Do Rio Grande do Norte saem
profissionais que arrancam aplausos pelo mundo com peças teatrais e, desde
2012, dois deles – Titina Medeiros e César Ferrario – são vistos constantemente
em novelas da Globo. A parceria vai além de teatro e da televisão. São um casal
apaixonado na vida real, que divide gatos e plantas na casa em Natal e, no Rio
de Janeiro, um apartamento temporário. Atualmente, enquanto ele atua em O Rebu,
ela interpreta a depiladora cômica Marisa na novela Geração Brasil.
Por coincidência, o primeiro
emprego foi na então TV Cabugi, afiliada à Rede Globo, no setor cuja função era
tratar toda a comunicação visual da empresa. Em paralelo, participava do grupo
teatral. Quando se casou pela primeira vez, precisou passar quSstro anos
afastado do grupo. Trabalhava durante o dia e à noite dava aula em uma
universidade para cumprir as responsabilidades financeiras. Entre 2004 e 2006,
os integrantes que abraçaram a arte como profissão, passaram a tirar o sustento
do teatro. A partir desse período, quando circulou o país inteiro com o
trabalho “Palco Giratório”, César sobrevive do trabalho como ator
A permanência financeira do
Clowns é garantida por editais e venda de espetáculos, em festivais e grandes
eventos pelo mundo, com articulação feita pelos atores. Cada um abraçou uma
responsabilidade administrativa. Ou seja, existe uma organização empresarial
bem consolidada por trás dos palcos, dividida entre os 14 integrantes. Até o
momento, Ferrario tem conseguido conciliar as atividades da TV com o grupo, uma
adaptação combinada e de confiança. Em um dos próximos espetáculos, será
responsável pela dramaturgia, trabalho que já foi iniciado mesmo à distância.
FONTE – REVISTA BZZ
Na abertura do Festival de Teatro
de Curitiba, um dos maiores do país, em 2012, o espetáculo “Sua Incelença,
Ricardo III”, do Clowns, dirigido por Gabriel Villela, dois olheiros da Rede
Globo estavam na plateia para observar a desenvoltura dos atores no palco. Dias
depois, um deles liga e diz que gostaria de fazer o cadastro de alguns dos
membros, entre eles César Ferrário, Titina Medeiros, Marcos França e Renata
Kaiser. No telefonema, perguntou se tinham previsão de ir ao Rio de Janeiro.
“A princípio, achei um discurso
furado. Não dei bola, mas dois ou três dias depois, ele ligou de novo. Então eu
disse que assim que fôssemos eu passaria lá no Projac, mas a até aquele momento
não tínhamos nada programado. Depois disso, de dois em dois meses ele entrava
em contato, como se fosse o método de trabalho. Em um determinado momento, a
gente estaria pelo Rio e nós marcamos”, lembra César. Na oportunidade, ele
gravou uma cena pra o cadastro e preenchimento de ficha. Logo depois, Bruna
Bueno, responsável por elencos da emissora, estava fechando o elenco de uma
novela (ela também estava no Festival de Curitiba) e pediu que os quatro fossem
até a sua sala.
“Quando voltamos, ela entrou em
contato e disse que Titina estava muito bem cotada para um papel, que se tornou
realidade (Socorro, da novela Cheias de Charme, que rendeu o troféu de atriz
revelação nos Melhores do Ano do Domingão do Faustão). Ela também falou sobre
outro papel curto que achava que daria certo para o meu biotipo, que era o
caminhoneiro Movan. Eu não poderia ir, pois tinha uma viagem marcada de férias
com a minha família para o Chile. Então, naquele momento a história morreu. Um
mês depois, soube que as datas da gravação mudaram e foi possível encaixar”.
Para gravar, ele e Titina
viajaram ao Piauí juntos para as primeiras cenas do folhetim, o que os deixou
mais seguros. Até aquele instante a equipe da emissora ainda não sabia da
relação dos dois. O caminhoneiro, que de acordo com os planos iniciais passaria
apenas seis dias, agradou ao público e decidiram que ele poderia voltar. A
situação aconteceu de maneira natural e estar na maior emissora do Brasil não
deslumbrou o casal, como acontece com a maioria. Tudo porque como atores de
teatro eles passaram por grandes acontecimentos e sensações. Grandes ápices. A
Globo foi mais um muito importante, porém, longe de ser o único.
Depois do Festival de Curitiba, o
Clowns foi convidado para o maior festival teatral da América Latina, no Chile,
que abrange várias cidades e mobiliza a capital. Para participar, o grupo
traduziu o espetáculo inteiro em castelhano, o Ricardo III. Ousados, chegaram a
dez apresentações em outra língua. “A história fala sobre um tirano, um
ditador, e nós apresentamos em um museu de direitos humanos, que fala sobre a
ditadura chilena, em um lugar emblemático e, o outro, em frente à sede da
presidência chilena, onde Salvador Allende morreu bombardeado pelo exército de
Pinochet. Era uma plateia gigante”, recorda César com entusiasmo.
Em um curto espaço de tempo,
quando viajou para o trabalho no Piauí, a vivência na experiência arrebatadora
o deixou mais seguro e confiante. “Então, quando chegamos era difícil algo
impressionar ainda mais. Isso foi muito bom, não por algo arrogante, mas porque
eliminou qualquer deslumbramento que pudéssemos ter, de hipervalorização ou
qualquer coisa que pudesse nos oprimir. A gente ficou muito à vontade, muito
preenchido”, explica o ator.
FONTE – REVISTA BZZ
O grupo sempre realiza oficinas,
das quais todos podem participar. Existe a ideia de um dia construir uma Escola
de Teatro para que mais potiguares interessados em abraçar a profissão tenham
oportunidades, como os atores que, um dia não muito distante subiram no palco
por uma brincadeira do destino.
FONTE – REVISTA BZZ
CÉSAR FERRARIO LEITE NETO, MARIDO DE TITINA, ÚLTIMA NOVELA FOI O MAR DO SERTÃO, INICIADA EM 22 DE AGOSTO DE 2022 E TERMINADA EM 18 DE MA...